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Ansiedade, que bicho é esse?

terapia

Imagem disponível no google, Instituto Lordelo


Olá pessoal, hoje venho aqui com um tema que só de ler já deixa muita gente aflita, com nó na garganta, aperto do peito, respiração ofegante, falta de ar, enjoo, taquicardia, sudorese, irritabilidade, insônia, dificuldades de concentração e organização, inquietação, preocupação com o que ainda não aconteceu e nem sabe se tem possibilidade de acontecer, querer controlar mas não sabe como, e... espera ai, vamos parar um pouco para respirar!

Ler um parágrafo tão longo exige fôlego né? E não é algo agradável, faz com que fiquemos um pouco perdidos até mesmo na nossa voz.

Pronto, a ansiedade traz essa mesma sensação, é esse turbilhão de pensamentos e sensações que tiram qualquer um do eixo. Tudo fica confuso e o indivíduo se perde em seus pensamentos, ficando tudo uma bagunça, como um armário que precisa ser organizado.

Agora que paramos para respirar, podemos falar um pouco mais sobre a ansiedade. Há uma diferenciação importante que Silva (2011) faz em seu livro, entre SER ansioso e ESTAR ansioso.


Imagem disponível no Google

Ser ansioso é possuir sensação de tensão, apreensão e inquietação, dominando todos os demais aspectos de nossa personalidade. Estar ansioso é tudo isso acompanhado por manifestações orgânicas tais como palpitações (taquicardia), suor intenso (sudorese), tonturas, náuseas, dificuldade respiratória, extremidades frias, etc.” p. 26/7).

Assim, quando ambos se unem, aparecem os estados de desconfortos e sofrimentos decorrentes de ambas as condições.

Ao procurarmos o significado da palavra ansiedade no dicionário encontramos: “ sofrimento físico e psíquico; aflição, agonia, angústia, ânsia, nervosismo” no sentindo generalista da palavra.

O dicionário também traz o sentido psicológico da palavra: “ Estado emocional frente a um futuro incerto e perigoso no qual um indivíduo se sente impotente e indefeso” (Michaelis).

A ansiedade caminha junto com o medo, segundo SILVA (2011) “ [...] medo é algo que a gente teme e tenta evitar, por exemplo, medo de altura, do escuro, etc. Já a ansiedade é uma sensação ruim [...]” p. 07.

Com isso, percebemos que o medo é algo mais palpável e identificável, algo que podemos dar nome. Já a ansiedade é como lidar com o desconhecido e incerto, que não se tem muitos nomes para associar, apenas sentimos. É desencadeante de vários outros transtornos, como por exemplo: TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), TP (Transtorno de Pânico), juntamente com fobias, como medo de locais públicos, fechados, etc.

Sobre isso, Silva (2011) aponta que há vários “espectros” da ansiedade, que tem variações em sua intensidade e forma como se manifestam, podendo prejudicar o cotidiano e a vida do indivíduo que é acometido de determinado transtorno. Mas se torna um impeditivo quando ao invés de mobilizar, imobiliza o ser humano. Utilizando nosso exemplo acima, o indivíduo ao invés de se atentar e atravessar a rua com cuidado, ele passa a evitar a rua, pois acredita que ficar em casa é mais seguro, passando a encarar situações semelhantes como extremamente perigosas.

Entretanto, sentir-se assim não é bom, pois limita o indivíduo em vários pontos de sua vida, momentos de prazer, de experimentar coisas diferentes, conhecer pessoas e locais novos, dentre outros.

Mas tem tratamento e que pode ajudar o indivíduo a retornar sua rotina, ter ruma vida e mente mais saudáveis. O tratamento pode ser psiquiátrico em casos limitantes em conjunto com a Psicoterapia, pois o medicamento irá ajudar a pessoa a se estabilizar, a baixar a ansiedade e diminuir os sintomas desagradáveis.

A Psicoterapia, independente de sua abordagem, é um complemento que irá tratar as questões que estão por detrás do sintoma, a raiz do problema, o autoconhecimento, a compreensão dos sentimentos de insegurança e incapacidade, baixa autoestima, enfim, é um leque interno que irá se abrir no indivíduo.


Imagem do Google

Indico também um vídeo do Café Filosófico (CPFL Cultura), como complemento. Este aborda os sofrimentos contemporâneos de uma maneira ampla e discutida pela Psicanalista Fernanda Pacheco Ferreira, trazendo provocações e reflexões acerca do tema. Esse mesmo vídeo servirá também como base para outros artigos a respeito da Depressão e Luto, que serão postados em um outro momento.


https://www.youtube.com/watch?v=AU1rlvd6e9k



Referência utilizada neste artigo:

SILVA, A.B.B. Mentes ansiosas: medo e ansiedade além dos limites. 2011, ed. Fontanar


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